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  • Foto do escritorAndré Carvalho

Vereador de Carira denuncia ameaça e agressão após sessão do Legislativo Municipal


Foto: Facebook

O vereador Josymario dos Santos (Cidadania), líder da oposição na Câmara Municipal de Carira, usou suas redes sociais para denunciar um episódio de violência política contra seu mandato. Na última terça-feira, 12 de setembro, após a sessão da Câmara, o vereador foi vítima de agressão seguida de ameaças.


Durante a sessão na Câmara Municipal de Carira, os vereadores debateram emendas enviadas por aliados de Josymario à cidade, gerando descontentamento da base do prefeito Diogo Machado (PSD). O líder da oposição agradeceu a destinação de uma emenda do senador Alessandro Vieira (MDB), no valor de R$200 mil, para a construção de um pórtico na cidade, que teria sido viabilizada pelo mandato de Josymario, aliado do senador.


Durante a discussão, o vereador lembrou sua atuação no sentido de garantir os recursos, rebatendo a afirmação que o vereador não teria mérito sobre a obra pelo fato de que a emenda é do senador. O vereador Isael do Gás (PSD) interrompeu a fala de Josymario para afirmar que a obra só está sendo construída em razão da atuação do prefeito, minimizando a participação do vereador da oposição e do senador.


O pórtico, segundo a fala de Josymario, foi garantido pela emenda de R$200 mil que foi destinada para sua construção e a prefeitura entrou com a contrapartida de cerca de R$114 mil para a construção dos canteiros adjacentes ao pórtico, sendo uma obra de mérito conjunto de todos os envolvidos.


A discussão sobre a origem das emendas foi suficiente para acalorar o debate. A base do prefeito entendeu que o vereador da oposição estava tentando retirar o mérito da prefeitura na construção do pórtico, levando a outro debate sobre cães em situação de rua. O vereador Isael do Gás atribuiu a Josymario a responsabilidade por ataques de cães sofridos por moradores de Carira nas últimas semanas.


O vereador do Cidadania lembrou à base do prefeito que há emendas na conta da prefeitura para a realização de castrações e cuidados veterinários, sem que o prefeito faça o uso dos recursos para minimizar a problemática dos animais em situação de rua no município. Josymario ressaltou ainda que o Legislativo não tem responsabilidade pela execução das emendas, cabendo exclusivamente ao Poder Executivo.


Após a discussão, a agressão ocorreu do lado de fora da garagem onde funciona provisoriamente a Câmara Municipal. O vereador Isael do Gás teria acusado Josymario, aos gritos, de negligenciar responsabilidades que são atribuições do gestor do município. Foi quando o agressor, simpatizante do prefeito, insuflado pelo clima de hostilidade do lado de fora da câmara, se uniu ao psdista e passou a insultar Josymario, chamando-o de ladrão enquanto ele se dirigia até seu veículo estacionado na lateral da sede do legislativo.


Na sequência dos insultos, o jovem teria dito ao vereador que se estivesse armado o mataria, enquanto o seguia até o veículo. Foi quando Josymario teria pegado o celular para gravar as ameaças sofridas, sendo interrompido com um soco no rosto. O jovem ainda teria continuado a proferir ameaças de morte, insinuando que aguardaria o vereador do lado de fora da câmara na próxima sessão.


Em seguida ao episódio, testemunhado por outros vereadores e por pessoas que passavam pelo local no momento da agressão, Josymario procurou a Delegacia de Polícia Civil para prestar um boletim de ocorrência e passou por exames no Hospital de Carira, sendo constatado no relatório médico um edema no local do soco.


O vereador alega que é a quarta vez que é alvo de hostilização e ameaças de agressão física por motivação política, todas elas após apresentar na câmara cobranças à gestão, duas delas registradas em boletins de ocorrência. “É lamentável que eu e tantos outros políticos país afora tenham que passar por situações tristes como essa de violência política por simplesmente estarmos cumprindo nossas atribuições legais como representantes do povo e fiscais da coisa pública”, comentou Josymario.


“E veja, todo esse episódio foi causado porque um colega simplesmente não compreendeu minha fala e ao invés de tentar compreendê-la, nas diversas vezes que tentei explicar, justamente para evitar mal-estar no ambiente de trabalho, ou simplesmente respeitá-la, porque é minha função como vereador atender aos anseios da população e levar até a câmara as demandas que chegam até mim, ele preferiu partir para a hostilidade, gerando uma animosidade desnecessária que culminou infelizmente nesse ato de agressão de um terceiro contra mim, influenciado talvez pelo calor do momento e pela paixão política que infelizmente ainda existe no interior. É o que sempre tenho dito, violência gera mais violência e esse não é definitivamente o caminho para resolver problemas”, ressaltou.


Josymario destacou que diante de tais episódios, buscará a presidência da Câmara e as autoridades policiais para serem adotadas medidas para resguardar a inviolabilidade de sua função como vereador e principalmente sua integridade física durante o desempenho do mandato. “Eu fui eleito pela população para representá-los e assim farei como tenho feito, sempre com muito respeito e diálogo até mesmo com a gestão, porque apesar das diferenças de entendimento que possamos ter porventura, sei que todos nós comungamos do mesmo objetivo, que é o desenvolvimento de Carira”, pontuou.


“E fique bem claro que não estou acusando ninguém de causar tal ato, mas a partir do momento que se opta por resolver diferenças políticas na base do grito e da hostilização, a começar na porta câmara, um espaço democrático para expor e debater ideias, está se criando um ambiente propício para que situações como essas aconteçam, como já ocorreu no passado e até mesmo nessa legislatura. Isso é inadmissível e não pode ser normalizado como muitos aqui querem que seja”, finalizou.


A agressão relatada por Josymario é retrato de uma ação que nega a política e lembra um passado que o Brasil tenta esquecer. Agressões e ameaças de morte, como a sofrida por Josymario, tornam a ação política um ato custoso e distancia o cidadão dos debates políticos que a todos interessam, sendo necessário o forte repúdio dos órgãos competentes para a manutenção de um cenário político que estimule a construção de uma democracia cada vez mais sólida e saudável.




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