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Uma análise sobre o destino de Alckmin com Lula

Atualizado: 15 de fev. de 2023


As movimentações políticas para a eleição deste ano estão a todo vapor e a cadeira mais desejada é a de candidato a vice-presidente de Lula, PT.

Não posso afirmar se era essa cadeira que Rodrigo Pacheco e o PSD vislumbravam ao lançar o presidente do Senado como pré-candidato ao Planalto, mas o fato é que a aliança do petista com Geraldo Alckmin, sem partido, fez qualquer outro possível candidato a vice ficar ofuscado.

Não que Alckmin seja imprescindível para o êxito de Lula, mas facilita negociações com diversos setores. É um vice pela governabilidade.

O principal nó a ser desatado é a necessidade de ambos apoiarem o mesmo candidato ao Governo de São Paulo. Todos possuem o direito de esticar e puxar a corda para conquistar mais espaço, entretanto o caminho lógico é colocar Fernando Haddad, PT, na disputa ao Senado e Márcio França, PSB, para concorrer ao Governo. É o justo, o correto e o lógico a ser feito.

França deve ser o candidato ao Governo de São Paulo, ele é aliado de Alckmin e membro de um importante partido de esquerda e Haddad muito contribuirá com um eventual governo petista estando no Senado. Por trás desse imbróglio, de certo, está a escolha do candidato ao governo pernambucano.

Por mais que Pernambuco seja menor que São Paulo, é um Estado importantíssimo para a esquerda nacional e principal reduto do PSB.

Foi lá que o saudoso Miguel Arraes fez história e desde que seu neto, Eduardo Campos, conquistou o governo em 2006 e fez uma das mais impressionantes gestões que esse país já viu o PSB não saiu do governo estadual. Humberto Costa e Marília Arraes, PT, que não enxergam um nome imbatível no PSB pernambucano, acreditam ser essa a grande chance de o partido assumir o Palácio das Princesas.

Fora isso, há grandes feridas pelo posicionamento dos socialistas no golpe contra Dilma Rousseff e na pesada disputa pela Prefeitura de Recife em 2020.

Retornando para Alckmin, a ida do ex-tucano para o PSB, apesar de garantir espaço aos socialistas na chapa majoritária, traz um risco de distanciar ainda mais o partido da esquerda.

Não é novidade que exista na sigla nomes incompatíveis com o estatuto e com a história do partido de João Mangabeira, mas com a entrada de Marcelo Freixo, Rio de Janeiro, e Flávio Dino, Maranhão, surgiu a esperança de uma retomada ideológica do partido. A escolha de Alckmin pelo PSD, caso a sigla decline da candidatura de Pacheco, seria o caminho mais vantajoso para todos.

O partido ganharia o que hoje falta, um nome de grande peso nacional, e o governo de Lula contaria com grande base na Câmara e principalmente no Senado.

Além disso, o PSD é um partido plural com diretórios mais à direita, como o paranaense, e mais à esquerda, como o de Sergipe. Estando na chapa de Lula, a tendência é enfraquecer a associação do partido nos estados com o Bolsonaro. Seja como for a resolução dessa trama, o certo é que dificilmente surgirá um nome para vice que não o de Alckmin. O PT e o PSB também não querem que isso mude, uma vez que a saída do ex-tucano da disputa estadual fortaleceu a possibilidade de ambos conquistarem espaços importantes em São Paulo.

O PSD, por sua vez, que tinha Alckmin como seu candidato ao governo paulista, ainda terá que ser compensado.


*Originalmente publicado no portal JL política.

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