
Após anúncios de mudanças na Maternidade Lourdes Nogueira pela prefeitura de Aracaju, surgiram denúncias sobre a deterioração dos serviços oferecidos no local. Entre os problemas relatados estão a redução no número de funcionários, a queda na qualidade do atendimento e atrasos no pagamento de salários.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a Associação Sergipana de Doulas (ASDOULAS) destacou o aumento expressivo de demissões na maternidade, especialmente nos últimos dias. A entidade também criticou a redução de leitos para gestantes e bebês — incluindo os de UTI neonatal —, realocados para atender à ampliação dos serviços ginecológicos. Segundo a ASDOULAS, a expansão dos serviços não foi acompanhada pelo aumento de profissionais ou leitos, comprometendo a qualidade do atendimento.
Essa preocupação é compartilhada pelo Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese) e pelo Sindicato dos Médicos do Estado (SINDIMED). Após uma fiscalização conjunta, os órgãos confirmaram superlotação e atrasos salariais na maternidade. De acordo com os médicos, a falta de funcionários agravou a situação no Centro Obstétrico, e a redução de leitos de UTI neonatal é inviável, já que as duas maternidades públicas da cidade estão operando em capacidade máxima.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) justificou a redução de leitos com base em um acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), alegando que a ocupação histórica desses leitos era de apenas 42%. A SMS classificou a superlotação atual como "uma condição excepcional e imprevista" e decidiu suspender as reduções, mantendo os termos originais do contrato com a empresa responsável pela gestão da maternidade.
Diante desse cenário, é essencial monitorar as condições da maternidade e promover um debate sobre a terceirização de um serviço tão vital. Apesar das críticas ao contrato de gestão durante a campanha da atual prefeita, até agora não há iniciativas para encerrar a terceirização do serviço, priorizando a saúde em vez do lucro. Sem essa discussão, os relatos de gastos excessivos e queda na qualidade dos serviços tendem a se perpetuar.