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Foto do escritorAndré Carvalho

Sob comando de aliado de Fábio Mitidieri, MDB dificulta estruturação política do PT sergipano


Foto: Daniel Renno

Desde o ano passado o MDB sergipano tem se tornado uma incógnita na política sergipana. Após ver o seu então presidente e deputados com mandato migrarem para outros partidos, o MDB, agora um partido esvaziado, se viu em meio a disputas por seu comando e acabou por cair nas mãos do agrupamento do governador Fábio Mitidieri.


A ruína do MDB sergipano foi concretizada no ano de 2022, quando viu todos seus deputados migrarem para outros partidos e ver uma disputa pela presidência da sigla que ficou com o comando por parte do grupo liderado pelo ex-governador Jackson Barreto. Com o desmonte de toda a estrutura do partido, as chapas que foram às ruas não conseguiram obter relevância eleitoral.


O MDB, que havia governado Sergipe e saiu de 2020 como o segundo partido com o maior número de prefeituras no estado, se viu diminuído à condição de um partido “B” no agrupamento comandado pela federação PT-PCdoB-PV. Com as movimentações em Brasília, o agrupamento do governador Fábio Mitidieri (PSD) conseguiu tomar para si o comando do MDB sergipano, visando dificultar as possibilidades de movimentos da principal oposição de esquerda do estado.


Dos partidos que formaram aliança com o PT sergipano em 2022, somente a federação da qual o partido faz parte e o PSB permanecem com o compromisso de tentar dar opções políticas ao povo sergipano. O MDB foi tomado pelo grupo de Fábio e o Solidariedade está sob o comando de Rodrigo Valadares (UB), que indicou um assessor para presidir o partido.


Dentro do grupo governista, o MDB é apenas mais um partido dentro das possibilidades e dificilmente contará com muito esforço por parte do senador Alessandro Vieira para sua reconstrução, visto que é o 4º partido do senador em menos de 5 anos. Nem mesmo no PSDB, partido que destinou R$5.233.000,00 para a campanha de Alessandro ao governo de Sergipe no ano passado, o senador demonstrou esforços para estruturar o partido.


A movimentação governista de tomar o MDB é eficaz no sentido de atrapalhar as movimentações do PT, que, hoje, conta apenas com o PSB, um partido com uma lógica familiar em Sergipe, para fazer composições. Como o MDB se tornou irrelevante em Sergipe, a movimentação em torno dele tem como função central o enfraquecimento do PT. Está nítido quando percebemos os esforços empregados por ambos os lados envolvidos nessa disputa.


Para Fábio e seu grupo mais à direita, é fundamental asfixiar o PT e torná-lo pouco atrativo para quem tenha perspectiva de poder, mesmo que o governador tenha esperança em fazer alianças com atores políticos do PT, como Márcio Macedo e Eliane Aquino. Assim como os antigos governadores aliados do PT viam o partido com desconfiança, Fábio não se aliaria com Márcio Macedo, por exemplo, dando a ele condições de “engoli-lo”.


Aos governistas, interessa um PT fraco e dependente e tem sido nesse sentido as movimentações do governador Fábio. Primeiro, inflama as relações internas no PT, depois retira as possibilidades de aliança e espera que subsequentes derrotas eleitorais aconteçam para que o partido se veja cada vez menos perigoso para seus futuros planos.


As últimas movimentações demonstram que o governador compreende que não pode menosprezar a capacidade eleitoral do PT e não economiza esforços para dificultar alianças e implodir o partido. Um PT enfraquecido diminui o barulho da oposição e facilita o andamento do projeto de governo de Mitidieri - de centro-direita e neo-liberal.


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