Jackson Barreto, MDB, é reconhecido por ser um dos maiores políticos e articuladores de Sergipe e por ter a coragem necessária para os embates que se anunciam. Além disso, o cenário de pré-candidaturas ao Senado, posto hoje, faz com que ele seja o único nome de centro-esquerda capaz de vencer a disputa.
Eliane Aquino, PT, é um outro nome de esquerda que muito contribuiria no Senado. Entretanto, a candidatura do seu correligionário Rogério Carvalho ao Governo do Estado faz com que se busque uma alternativa de outro partido e que se adie a candidatura ao Senado da líder petista para pleitos futuros.
Henri Clay Andrade, PSOL, apesar de se movimentar em busca do fortalecimento de sua pré-candidatura, dificilmente conseguirá brigar de igual para igual com os demais pré-candidatos ao Senado.
Jackson, assim como o autor deste texto, conheceu a pobreza dentro de casa e viu no estudo a porta para a ascensão social e na política a possibilidade de uma transformação coletiva.
Jackson Barreto demonstrou durante a ditadura seu apreço pela democracia, sendo um ferrenho defensor da autonomia e da liberdade democrática no Estado e para o Brasil. Um homem que não se acovardou na ditadura e que manteve a marca da coragem durante sua caminhada.
Durante o golpe de 2016, apesar de ser do mesmo MDB de Michel Temer, demonstrou empenho para tentar em vão manter a presidente petista Dilma Rousseff no poder. Com um presidente do seu partido, a tendência de muitos seria apoiá-lo depois do golpe, o que Jackson não fez. Pagou o preço por isso!
Perdeu espaços dentro do partido no qual foi desde sempre o grande nome em Sergipe e obteve do Governo Federal o tratamento que grandes inimigos recebem, a perseguição.
A conjuntura nacional após as eleições deste ano será de fortes confrontos no Congresso Nacional, requerendo de nós, senhores e senhoras da cidadania, um maior critério nas escolhas dos nossos parlamentares para evitar a continuidade de perdas de direitos que sofremos desde o golpe.
Político tem que ter um lado claro, e Jackson não engasga para dizer qual o dele. Não adianta para o povo sergipano, que demonstra querer Lula na Presidência, eleger um senador bolsonarista ou que se cale diante das atrocidades desse presidente que tenta a todo custo destruir com as bases da democracia e da decência humana no país.
Jackson não é o político ideal. É o político necessário. O político ideal varia de acordo com quem o idealiza, e jamais existirá, por ser apenas uma ideia. O político que necessitamos é aquele que defende os ideais que nos são caros.
Consigo ver defeitos em Jackson e em Lula, mas esses defeitos são como os que vejo em qualquer pessoa e que não impossibilitam a convivência política. Com o bolsonarismo não vejo qualquer resquício de qualidade e o odor desse corpo em putrefação me faz estar a quilômetros de distância.
*Originalmente publicado no portal JL política.