O deputado bolsonarista Luizão (União) na última terça-feira, 9, propôs um projeto de lei visando a entrega de título de cidadania sergipana ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à ex-primeira-dama Michele Bolsonaro (PL). O texto de Luizão revoga um decreto que já concedeu o título ao ex-presidente em 2018.
O caráter meramente midiático da propositura de Luizão fica evidente quando se verifica que o título ao ex-presidente já fora concedido através da Resolução N°52/2018, por iniciativa do ex-deputado estadual Samuel Barreto (PP). Naquela ocasião, o título se destinava somente ao então deputado federal Bolsonaro, necessitando para o cumprimento do desejo de Luizão apenas a proposição do título para Michelle Bolsonaro.
Na justificativa, Luizão aponta uma suposta contribuição do ex-presidente “para o desenvolvimento e infraestrutura do estado”, destacando duplicações em estradas. É importante, desde já, corrigir o deputado. Estradas são vias rurais não pavimentadas, sendo o correto rodovia para essas vias quando pavimentadas e, nesse sentido, houve pouco avanço em Sergipe durante o mandato de Bolsonaro, tendo, até, cedido parte da duplicação da BR 101 em julho de 2022, após um ato de inauguração do trecho.
Sobre a ex-primeira-dama, o deputado aponta supostos feitos notórios para a sociedade brasileira e sergipana, inclusive com um grupo de primeiras-damas da América Latina — algo que pouco ou nada impactou a sociedade sergipana. Os ataques à democracia, o negacionismo e a irresponsabilidade do casal durante a pandemia de Covid-19 não foram citados pelo deputado.
O deputado Luizão se destaca na Alese pelo compromisso em aprovar aquilo que o governador envia à Alese, possuindo uma produção legislativa de baixa produtividade e de baixa qualidade. Imerso em problemas ficcionais, o sergipano não vê em Luizão a fiscalização dos serviços públicos, como educação e saúde, mas a busca contínua em se associar a Bolsonaro e a criar polêmicas para tentar se destacar. O cidadão esperava um deputado “pé embaixo” e recebeu um deputado “pé no freio”.
