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PT na base de Mitidieri coroaria Márcio Macêdo sobre rivais internos e selaria o esvaziamento ideológico do partido

Foto do escritor: André CarvalhoAndré Carvalho
Foto: Bruno Peres
Foto: Bruno Peres

Apesar das tentativas de alguns petistas de negar as divisões no PT de Sergipe — como se quisessem convencer que o céu é rosa e não azul —, o partido está claramente fragmentado em dois blocos antagônicos. Eles até compartilham palanques, mas buscam mutualmente se sabotar. Um dos principais pontos de conflito é a relação com o governo de Fábio Mitidieri (PSD).


De um lado, Rogério Carvalho, João Daniel e Ana Lúcia lideram um grupo que defende a oposição ao governo estadual, classificado como neoliberal. Do outro, Márcio Macêdo comanda a ala que não apenas apoia Mitidieri, mas também ocupa cargos em sua gestão.


A disputa interna paralisou o PT após as eleições, desperdiçando o capital político que poderia recolocar o partido em posição de protagonismo. O conflito, no entanto, acabou por enfraquecer ambos os lados: os oposicionistas, que tiveram sua resistência desmoralizada e viram a candidatura de Rogério Carvalho ao governo em 2026 ficar inviável; e Márcio Macêdo, cujo projeto de retomada eleitoral — após quatro derrotas seguidas e um mandato federal breve — esbarra agora na dificuldade de conquistar a cadeira no Senado, atualmente ocupada pelo próprio Rogério.


Nesse contexto, nos bastidores, cogita-se uma aliança com Mitidieri em 2026, embora o governador não demonstre forte interesse publicamente. Para Fábio, o PT já cumpriu seu papel: dividido, enfraqueceu a oposição e boicotou a si. Para o governador, é mais interessante manter a expectativa de aliança até 2026 e enfrentá-los com uma candidatura fraca do que tê-los em seu palanque e perder os votos dos bolsonaristas que tem cultivado durante o governo. 


Se Mitidieri já sai em vantagem, o PT tem muito a perder por poucos espaços. Caso a aliança se concretize, representará não apenas a consagração de Márcio Macêdo sobre seus adversários internos, mas também um risco estratégico ao enfraquecer a resistência a uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas (Rep) — aliado do presidente nacional do PSD. Essa guinada pragmática sepultaria qualquer perspectiva de retorno à chefia do governo estadual no médio prazo, rebaixando o PT à condição de mero coadjuvante no cenário político sergipano e fortalecendo a direita como a cara da oposição.



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