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Foto do escritorAndré Carvalho

Professores de Sergipe paralisam atividades após descaso do governo Fábio com a categoria


Manifestação em defesa da educação
Foto: Jorge Henrique

Durante Assembleia Geral do Sintese nesta quinta-feira, 27 de abril, professores da rede estadual de ensino de Sergipe decretaram paralisação durante a próxima semana. A decisão vem em resposta ao anúncio do governo de Fábio Mitidieri, PSD, de reajuste de apenas 2,5% no vencimento da categoria.


A Assembleia aconteceu no Cotinguiba Esporte Clube e contou com a presença de professores de diversos municípios do estado de Sergipe. Os professores da rede estadual sergipana optaram, em decisão coletiva, pela rejeição da proposta do governador e deliberaram paralisação entre os dias 2 e 5 de maio. Durante o período os professores manterão acampamento em frente a Alese.


O presidente do sindicato, Roberto Silva, classificou a proposta do governador como “humilhante” e pediu aos deputados estaduais de Sergipe que não votem o projeto. A expectativa do presidente é de que o sindicato reabra as negociações com os professores, que inclui a reconstrução da carreira.


Nesta semana, o governo Fábio encaminhou à Alese a renovação do abono do magistério por dois meses, gerando expectativa na categoria de que as negociações iriam avançar, sendo a renovação por um breve período um alimentador dessa expectativa. A proposta do governo é de que 10,7% do valor do abono seja incorporado, gradativamente, aos salários dos professores, ativos e aposentados.


Professores da rede estadual reclamam que a proposta do governador não condiz com o que o governo vinha negociando com a categoria. O diálogo que vinha sendo construído no sentido de viabilizar a incorporação integral do abono e a retomada da carreira do magistério. A postura do governador em lançar uma proposta desconexa do que vinha sendo debatido é recebida como um descaso com a categoria.


O governador parece ter decidido deixar a reconstrução da carreira para depois. O governo de Sergipe, em seu site oficial, disse que "a proposta do Executivo contempla um reajuste linear para o magistério de 2,5% e, também, o compromisso de no próximo ano retomar as discussões sobre a carreira dos professores”.


Enquanto o governo Fábio propõe reajuste de 2,5% para professores e algumas categorias do serviço público, o salário do governador passou por um reajuste de 17,44% neste ano. O salário do vice-governador, cargo ocupado por Zezinho Sobral, PDT, que acumula a função de secretário da educação, ganhou um robusto reajuste de 39,8% neste ano.


Os deputados estaduais, que irão aprovar ou não a proposta de reajuste enviada por Fábio Mitidieri, também receberam reajustes nos seus vencimentos que em nada lembra o dos servidores. O salário dos parlamentares sergipanos subiu 23,3%. Além disso, como já explorado no Sergipense, os reajustes do governador, vice e deputados estão garantidos anualmente até 2025.


Mitidieri inicia seu governo demonstrando que não prioriza o diálogo e a valorização dos servidores do Estado no fazer político. Além de não estabelecer um diálogo honesto com o Sintese, o governo e sua base na Alese tem frustrado qualquer expectativa de diálogo acerca dos rumos que Sergipe tomará.


Projetos que facilitam a entrega de serviços públicos ao setor privado vem sendo o viés de regra do governador. Não é difícil ouvir nos discursos do governador e da base uma tentativa de vender a imagem de que o serviço privado é superior ao público, de que os funcionários sem estabilidade são melhores do que os servidores concursados.


É um péssimo presságio, para um governo que diz ter recebido do seu antecessor uma situação fiscal “resolvida”, começar o governo em marcha forte de desvalorização dos funcionários públicos. Este é o primeiro de quatro anos do governo Fábio e, além de lamentar a desvalorização dos professores, temo pelos planos desconhecidos contidos no PL 150/2023.


Cabe aos deputados e deputadas estaduais, que foram eleitos para fazer o melhor pelo povo e não para assinar embaixo tudo aquilo que o governador envia ao Parlamento, debater seriamente com os trabalhadores sergipanos, da educação e demais áreas do Estado. Diferentemente do que fez o governador, a Alese pode e deve escutar e atender as demandas daqueles que arregaçam as mangas pela educação da nossa gente.


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