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  • Foto do escritorAndré Carvalho

Pouco mudou no quadro de eleitas em Sergipe, apesar de incentivos


No plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, as deputadas Áurea  Ribeiro (Republicanos), Carminha Paiva (Republicanos), Linda Brasil (PSOL), Drª Lidiane Lucena (Republicanos) receberam a Medalha Quintina Diniz em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Fotos: Jadilson Simões

Na última eleição, tivemos pela primeira vez duas mulheres eleitas para a Câmara Federal. Yandra de André, UB, e Delegada Katarina, PSD, assumiram um posto que, na história de Sergipe, só havia sido ocupado por uma mulher, Tânia Soares, PCdoB, que assumiu a cadeira quando Marcelo Déda foi eleito prefeito da capital em 2000.


É um ponto a se comemorar, pois, com a saída de Maria do Carmo, PP, do Senado, Sergipe poderia ficar sem nenhuma mulher na bancada federal. Independentemente da ideologia, ter mulheres votando, propondo e opinando sobre os temas que as envolvem diretamente é fundamental para a boa qualidade do debate.


Entretanto, há de se equilibrar o ineditismo de ter duas deputadas federais eleitas com o fato de que Sergipe permanece com apenas 7 mulheres entre os 35 parlamentares federais e estaduais que possui. São duas deputadas federais e cinco deputadas estaduais. As mulheres ocuparem apenas 20% da bancada federal e estadual de Sergipe deve ser entendido como um projeto.


A cultura de exclusão das mulheres da política não é um mal recente da nossa história, logo, é necessário muito mais do que reservas de 30% de candidaturas e recursos para as campanhas. Cotas, sem esforço de formação e inclusão, não garantem robustos avanços.


No estado, apenas 40 mulheres se candidataram em 2010, número que saltou para 192 em 2022, saindo de 14,84% para 35,45% das candidaturas. Apesar de as candidaturas mais que dobrarem, o número de eleitas não conseguiu acompanhar esse ritmo. Saímos de 5 eleitas naquele ano, para 7 no ano passado.


As reservas atuais servem para garantir condições para que o número de eleitas não retroceda, mas, para avançar, é necessário que os partidos compreendam a necessidade de colocar a formação política das mulheres e de outras minorias políticas como centralidade. Dificilmente um partido que não forme mulheres para a política conseguirá apresentar candidatas competitivas.


Além disso, os governos devem buscar avançar na busca pela inclusão de mulheres nos cargos de chefia. O governo federal assim o fez, há 11 ministras no governo Lula, superando o recorde anterior de 8 no governo Dilma, a Caixa e o Banco do Brasil também são presididos por mulheres, fato inédito. Os maiores avanços, que devem ser entendidos como modelos, são Alagoas e Ceará. Alagoas possui atualmente maioria do secretariado composto por mulheres e o Ceará conta com paridade de gênero em seu secretariado. Sergipe também avançou nesse sentido, atualmente 31% do secretariado estadual é composto por mulheres.


Todo avanço na representação feminina no poder público deve ser celebrado, tomado como exemplo e utilizado como modelo. Para além das reservas, os partidos, que são majoritariamente comandado por homens, precisam formar politicamente suas filiadas para que consigam, de fato, lograr êxito nas eleições. Além disso, garantir que independentemente de mandatos, os debates políticos e as composições em governos tenham como objetivo a garantia de espaço feminino.


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