Nesta quarta-feira, 26 de abril, o governo de Sergipe anunciou na imprensa nacional que já tem plano e prazo para que os serviços de distribuição de água e esgoto do estado sejam leiloados, desmentindo assim o discurso que a base governista tem feito na Alese.
O deputado estadual Marcos Oliveira, PL, levou ao plenário o artigo publicado no jornal “O Estadão” no qual a secretária Sarah Andreozzi anuncia ao Brasil a futura concessão de serviços da Deso. A concessão, segundo a secretária, terá duração de 35 anos e o leilão deverá acontecer até dezembro.
“A secretária de estado Sarah Andreozzi publicou, desmentindo inclusive tudo aquilo que foi dito aqui na Assembleia na semana passada, sobre o plano ou a possibilidade de privatização da Deso. Artigo no Estadão, da secretária de estado Sarah Andreozzi, afirmando com todas as letras: “Sergipe fará leilão para concessão de serviços de água e esgoto neste ano”. Então, todas as desculpas e justificativas que a base governista trouxe na semana passada, na votação do PL 150 foi totalmente desmentida pela própria secretária de estado Sarah Andreozzi.” afirmou Marcos Oliveira.
Ao anunciar a decisão sem o devido debate com os deputados demonstra que a Alese errou em aprovar o PL 150/2023. Vejamos, a Alese não foi a primeira a ser comunicada, pelo simples motivo de que ela já deu seu aval para as concessões que o governo venha a fazer. Agora, a palavra que o governo quer é do mercado nacional e por isso não foi ao povo que o governo se dirigiu, mas a um meio de comunicação que é lido pela elite econômica que lucrará com a água do povo sergipano.
Durante o discurso no plenário, o deputado da oposição rechaçou o argumento de que o investimento para ampliação do serviço teria que vir do setor público.”Na mesma semana em que o BNDES voltou a financiar empresas públicas de saneamento básico, e tendo a Deso a capacidade, já reconhecida pelo próprio BNDES, para realizar esses empréstimos”.
A secretária Sarah ainda disse ao Estadão que já há um estudo para a concessão em andamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com um projeto tão encaminhado e já sendo conduzido pelo governo é lamentável a narrativa que a base governista levou à Alese na semana passada. Se a base não mentiu, foi enganada. O que reforça o perigo de um comportamento tão condescendente do Legislativo com o Executivo.
O líder do governo na Alese rebateu a crítica de Marcos com um argumento fragilizado que evidencia omissão, ou dele com o parlamento ou do governo com o seu líder na Alese. Cristiano Cavalcante, UB, afirmou que “a secretária de estado da Fazenda não desmentiu a base governista” porque quando da votação não tinha isso em mesa, “se no outro dia alguém falou que vai haver concessão da água [...] não tem nenhum problema. Eu não disse aqui que não haveria concessão de água”. A forma como o governo de Sergipe está realizando discussões de impactos gigantes na vida da população sergipana não é correto, nem ao menos condiz com o que pede as boas condutas republicanas. O governo deve sempre agir com transparência em relação ao que faz e deve ter no debate das suas ações uma regra. Sergipe não foi comprada pelo atual governador. Ele, que sequer era a primeira opção dos sergipanos na última eleição, deve escutar o povo antes de sair vendendo ou alugando os serviços públicos.