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O que os planos de governo dos candidatos à prefeitura dizem sobre a cultura de Aracaju?

Foto: Igor Matias

O setor cultural de Aracaju se mantém vivo, criativo e resiliente, apesar dos desafios. No entanto, as críticas à condução da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) e à gestão de Edvaldo Nogueira (PDT) são constantes. A cultura local se desenvolve sem encontrar no poder público municipal um verdadeiro parceiro.


O Sergipense analisou os planos de governo dos candidatos Candisse Carvalho (PT), Niully Campos (PSOL), Emília Corrêa (PL), Danielle Garcia (MDB), Yandra de André (União) e Luiz Roberto (PDT), como fez anteriormente com o transporte público, e apresenta considerações sobre as propostas para o setor cultural.


Candisse Carvalho se destaca com um plano cultural robusto, propondo um Sistema Municipal de Cultura baseado na democratização, na capacitação de agentes culturais e na criação de mecanismos para dar maior autonomia ao setor. Seu plano inclui tanto grandes eventos quanto a descentralização de aparelhos e atividades culturais. Semelhantemente, Niully Campos também prioriza a inclusão social e a descentralização, com forte ênfase na participação popular e nas manifestações culturais das periferias. Contudo, seu plano não explora tanto o turismo cultural ou grandes eventos capazes de impactar a economia da cidade.


Emília Corrêa foca em eventos e festas populares, com pouca atenção para políticas culturais estruturais, além de ignorar o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC). Luiz Roberto promete criar o CMPC, que já existe, e segue a linha da gestão atual ao não garantir uma composição democrática. Luiz prioriza grandes eventos em detrimento da descentralização da cultura. Yandra de André concentra seu plano quase exclusivamente no forró, deixando de lado outras manifestações importantes. Já Danielle Garcia apresenta 3 propostas vagas e genéricas, sem detalhar.


Em um ano de eleição, é crucial que os fazedores de cultura e quem se interessa pela temática acompanhem as propostas dos candidatos e revisem seus planos de governo, disponíveis no Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para avaliar se suas expectativas estão alinhadas com os compromissos publicados. Essa análise não deve se limitar ao setor cultural, mas se estender a todas as áreas de atuação da prefeitura, garantindo que o eleitor vote com segurança.



Abaixo, uma análise mais extensa cada um dos planos citados:



Candisse inicia as propostas com a reformulação do CMPC, garantindo a democratização do Conselho. Além disso, fala em ampliar a oferta de editais culturais, criar um departamento de patrimônio cultural, requalificar bibliotecas públicas, fortalecer associações culturais e promover festivais de música, dança, teatro e outras expressões artísticas. O plano ainda cita ampliar a transparência do uso dos recursos, a criação do Fundo Municipal de Cultura e a adequação do Sistema Municipal de Cultura às normas do Sistema Nacional de Cultura (SNC). Candisse cita os grandes eventos, mas também a descentralização de equipamentos e eventos culturais.


Niully se compromete a estruturar o Sistema Municipal de Cultura, regulamentar o orçamento da pasta, rever o atual formato do CMPC, realizar concursos e implementar políticas afirmativas em editais. Niully não cita os grandes eventos, focando em ocupações culturais e atividades nos bairros de Aracaju, como saraus e batalhas de rimas. O texto ainda propõe a transformação o Parque da Sementeira em um grande centro cultural, sem explicar se isso implicaria em novas construções. Além disso, a preservação do patrimônio histórico, o fortalecimento dos aparelhos culturais e a oferta de formação para a participação em editais de culturas são compromissos assumidos no texto.


Emília Corrêa não fala sobre o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) e somente fala em editais de cultura quando cita o setor audiovisual. Suas propostas incluem rever a atuação da Funcaju e levar sua sede ao centro de Aracaju, apoiar a concretização das diretrizes do Plano Municipal de Cultura e apoiar as quadrilhas juninas. Emília promete a criação de um festival de talentos da prefeitura, incentivar os talentos artísticos dos servidores municipais e fomentar grandes eventos, como São João, Réveillon e Carnaval nos bairros.


Danielle Garcia possui a proposta mais “minimalista”. Apenas fala em integrar as diversas potencialidades da cidade através da inovação cultural, promover a cultura aracajuana e priorizar a contratação de artistas da terra. Na parte em que sugere explicar como fará, fala apenas “centro Aju Cultural” e “Aqui tem cultura”, sem detalhar.



Luiz Roberto se coloca a criar o CMPC, que já existe, e já cita a composição, descumprindo a recomendação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) em composições por meio de eleições. Luiz promete a criação de um calendário cultural anual, a promoção de grandes eventos como o “Projeto Verão” e a “Virada Cultural”. O texto ainda fala sobre a criação de uma “Orquestra Sanfônica”, incentivo às manifestações culturais nas escolhas, a valorização do patrimonio histórico e o apoio às cadeias produtivas da cultura, com editais voltados ao audiovisual e artes visuais.


Yandra demonstra um foco para o forró, com a criação da “Cidade do Forró”, com estruturas permanentes no Centro e na Orla para eventos de forró e quadrilhas juninas. Além disso, fala no estabelecimento do Fundo Municipal de Cultura, programas de educação cultural nas escolas, restauração de locais históricos e criação de um calendário anual de eventos culturais, com ênfase no “Forró Caju”. Yandra fala em fortalecer “os conselhos de cultura”, entretanto, Aracaju possui somente um. O texto ainda cita parcerias com hotéis e agências para o fomento do turismo cultural e a associação do setor com equipamentos de empreendedorismo.


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