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Na ânsia pela reeleição, Alessandro Vieira adota populismo de direita e defende golpistas que atacaram a democracia

Foto do escritor: André CarvalhoAndré Carvalho

Foto: Pedro França
Foto: Pedro França

Eleito para representar Sergipe, o senador Alessandro Vieira (MDB) tem buscado aproximação com bolsonaristas em uma estratégia clara para garantir sua reeleição. Tido como traidor pelos mesmos grupos que agora tenta agradar, o senador apresentou um projeto de lei que estabelece um teto de 12 anos de prisão para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro — sob a justificativa de "evitar penas excessivas".


A postura é, no mínimo, contraditória. Ao longo de sua carreira, Vieira construiu uma imagem punitivista, mas agora adota discurso leniente quando se trata de crimes contra a democracia. O mesmo parlamentar que votou a favor da criminalização do porte de qualquer quantidade de drogas — tratando um jovem com um cigarro de maconha como ameaça — agora minimiza a gravidade de uma tentativa organizada de golpe de Estado.


Sua incoerência não passa despercebida. Rejeitado tanto pela esquerda quanto pela direita — por falta de consistência ideológica e incapacidade de construir alianças sólidas —, Alessandro agora anseia em dividir a chapa com André Moura (União Brasil), justamente uma figura que ele mesmo criticou ao longo de toda a carreira. A ironia de, na ânsia de se manter no poder, abraçar quem antes atacava para não chamar seu líder, Fábio Mitidieri (PSD), de cúmplice do que for acusar André.


Enquanto o senador adota um populismo de direita para captar votos, os dados do Supremo Tribunal Federal (STF) revelam que 48% dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro receberam penas de até 1 ano de prisão, convertidas em medidas alternativas como prestação de serviços — 59% tiveram sentenças inferiores a 14 anos.


A tentativa de golpe, diferentemente do que políticos que buscam o poder em detrimento da democracia, não fora um passeio no parque, nem realizada por pobres inocentes. Todos que ali estavam sabiam plenamente o que estava em jogo e, por meses, estenderam faixas exigindo golpe armado em frente aos quartéis. Ao defender os golpistas, Alessandro se coloca contra a democracia da qual depende para se reeleger.  


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