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  • Foto do escritorAndré Carvalho

Márcio Macêdo opta por desgaste desnecessário ao forçar reaproximação com o PSD

Atualizado: 27 de mar. de 2023


Ministro Márcio Macedo, acompanhado do governador de Sergipe Fábio Mitidieri. Posam sorrindo, ao fundo, uma fotografia do presidente Lula.
Foto: redes sociais

Foi durante a eleição municipal de Aracaju, em 2020, que o PT começou a se afastar da base governista. Apesar do PT ter indicado Eliane Aquino para vice de Edvaldo Nogueira, PDT, em 2016, o partido não apoiou sua recondução e lançou Márcio Macêdo à prefeitura.


Contrariando a tradição eleitoral do PT na capital sergipana, Macêdo amargou o quarto lugar, ficando atrás do bolsonarista Rodrigo Valadares, à época no PTB, e de Daniele Garcia, PODE. Espelhando o péssimo desempenho eleitoral de Macêdo, o PT não relembrou as boas votações para o legislativo municipal que costumava obter e elegeu apenas uma vereadora.


A desconfiança da base governista em relação aos petistas do grupo já existia, mas, a partir desse rompimento em Aracaju, aumentou significativamente. A relação com o partido dos trabalhadores estava se desenhando com limites bem definidos e com evidente interesse de diminuir seu espaço.


Ignorando haver nomes interessantes no PT, o grupo liderado por Belivaldo Chagas, PSD, não debatia seriamente a possibilidade de ter um petista concorrendo ao governo. Belivaldo chegou a desdenhar da força política do presidente Lula em entrevistas às rádios e, também, da importância do Partido dos Trabalhadores, convidando-os a romper.


O máximo que os governistas queriam conceder ao PT era uma vaga ao Senado, especialmente por se tratar do nome de Eliane Aquino. Não por estimas à então vice-governadora, mas visando enfraquecer Rogério Carvalho a longo prazo. Eliane chegou a advogar publicamente pela manutenção da aliança, mas a estrada aberta em 2020 não poderia ser uma rotatória.


O PT rompeu sem muita surpresa para quem acompanha política e sem pesar para quem era do governo. Rogério Carvalho foi escolhido candidato ao governo numa dobradinha com Valadares Filho, PSB, no Senado. Como a campanha de Lula era prioridade, Macêdo se acomodou na primeira suplência de senador, mantendo-se relevante eleitoralmente, mas sem precisar abdicar do espaço junto a Lula.


Apesar dos bons resultados de Rogério e Filho, o grupo de esquerda liderado pelo PT elegeu apenas um deputado federal e três estaduais. O resultado não foi nada animador, o espaço institucional conquistado foi realmente menor do que o simbólico. Se o PT ganhou algo, foi a possibilidade de novamente assumir protagonismo na política sergipana.


No sentido oposto de tudo que vem sendo feito, Macêdo parece querer usar de sua proximidade com o presidente Lula para que o PT retorne à base governista, possivelmente com o intuito de que escolham seu nome para prefeito de Aracaju no próximo ano. Um movimento que só serve para lançar desconfiança em relação ao compromisso do PT em fazer oposição ao governo e à lealdade de Macêdo aos objetivos coletivos da sigla em Sergipe.


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