top of page
  • Instagram
  • Twitter
Foto do escritorAndré Carvalho

Laércio Oliveira: Com cargos no governo Lula, senador bolsonarista desfila por Aracaju escoltando ex-presidente

Foto: Reprodução.

O termo governabilidade sempre surge nos debates políticos com o intuito de encerrá-lo acerca de alianças ideologicamente questionáveis. Apesar da importância da busca de boas condições de governabilidade, o termo foi banalizado, sendo usado para justificar o financiamento de projetos de oposição, como no caso do senador Laércio Oliveira (PP) que fez bico voluntário de segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sua breve passagem por Sergipe na última sexta-feira.


Os registros do senador Laércio Oliveira segurando e escoltando Bolsonaro durante carreata serviram para escancarar o absurdo que é esse senador indicar cargos no governo do presidente Lula (PT). A cena chega a ser jocosa por colocar um senador a disputar o ar que o ex-presidente respirava com os mais caricatos bolsonaristas do estado de Sergipe.


A justificativa da governabilidade tem como intuito contextualizar a troca de cargos, emendas ou obras em favor de apoio no Congresso, fazendo com que o governo democraticamente eleito consiga votos suficientes para dar seguimento ao seu plano de governo. Sob essa justificativa, nomes do bolsonarismo como André Moura (União) e Laércio Oliveira fizeram importantes indicações em Sergipe para que seus aliados ocupem cargos estratégicos da estrutura do governo federal no estado. Laércio indicou Tiago Rangel para superintendente do Ministério da Saúde em Sergipe e André Moura indicou Thomas Jefferson para a superintendência da Codevasf.


Segundo matéria de Wendal Carmo na Carta Capital, Tiago Rangel fora indicado em junho de 2021 para o posto, sob o governo de Jair Bolsonaro, e nunca escondeu seu bolsonarismo. “Ele é conhecido por publicações nas redes sociais com críticas a Lula e à gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff e com teor negacionista à eficácia das vacinas contra a covid-19”, diz a matéria.


Constrangedoras para o campo progressista, responsável pela defesa da eleição de Lula em 2022, as nomeações poderiam ser toleradas com votos favoráveis de Laércio ao governo Lula e às medidas que abarcam as bandeiras do governo, porém, não é o que se vê.


Levantamento do Congresso em Foco avalia o alinhamento de parlamentares com o governo federal e, através dele, é possível verificar que Laércio tem percentual (68%) de oposição, semelhante ao de outros bolsonaristas. Em comparação com outros sergipanos, Alessandro Vieira (MDB) votou com o governo em 76% das matérias e Rogério Carvalho, da base de Lula, acompanhou o governo em 91% das votações.


Laércio acompanhou os bolsonaristas, contra o governo Lula, em matérias como o Marco Temporal para terras indígenas e em projetos cujo objetivo é pressionar o STF, como a PEC das decisões monocráticas. O senador votou a favor da emenda de Flávio Bolsonaro (PL) que tentou acabar com cotas raciais e para pessoas com deficiência em universidades federais. Na matéria populista que pôs fim às saidinhas, Laércio votou favorável, apenas Cid Gomes (PSB) e Rogério Carvalho votaram contra. O projeto foi vetado por Lula.


É inadmissível que o governo eleito com o esforço do campo democrático e progressista premie e dê sobrevida aos patrocinadores do negacionismo e da necropolítica. Além disso, qual governabilidade está sendo construída dando cargos aos bolsonaristas sem que esses apoiem, sob nenhum aspecto, o governo Lula? Com a manutenção dos espaços do senador Laércio, o governo Lula estimula que deputados e senadores com indicados em seu governo não busquem apoiar seu projeto de país.


bottom of page