O Globo encomendou uma pesquisa do instituto Ipec, realizada de 02 a 06 de março de 2023, para avaliar a avaliação do governo Lula. Foram realizadas 2000 entrevistas em 128 municípios e o nível de confiança é de 95%.
A avaliação do governo Lula é considerada ótima ou boa para 41% dos brasileiros, 30% avalia como regular e 24% como ruim ou péssimo, apenas 5% não soube ou não quis responder. Apesar de distante dos 51% e 49% de ótimo e bom que o Ibope calculou no início dos governos Lula 1 e 2 respectivamente, a avaliação de Lula é melhor que a de Bolsonaro no início de governo quando obteve apenas 34% de ótimo e bom.
A pesquisa conseguiu apontar que o brasileiro está aberto ao governo Lula, apesar de 49,1% dos votos válidos no segundo turno de 2022 optarem por Bolsonaro, apenas 24% avaliam negativamente o início do governo Lula. Evangélicos, moradores das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste e pessoas com renda familiar acima de 5 salários mínimos são os que mais rejeitam o governo petista.
Do Nordeste vem o maior índice de ótimo ou bom, o governo Lula chega a 53% de avaliação positiva. Na perspectiva oposta, as regiões Norte e Centro-Oeste, contabilizadas conjuntamente, são as que pior avaliam o governo Lula, que recebe 31% de ruim e péssimo.
O ruim e péssimo também sobressai entre os entrevistados com renda familiar acima de 5 salários mínimos, ficando em 39%. Na outra ponta, daqueles que possuem renda familiar de até 1 salário mínimo, o índice dominante é o positivo, o governo Lula é bom ou ótimo para 50%. No recorte racial, pretos e pardos são os que melhor avaliam o governo Lula, 43% de ótimo e bom, enquanto os brancos são os que mais reprovam, o ruim e péssimo no grupo ficou em 28%.
No recorte religioso vem o maior índice negativo em relação ao governo Lula, para 32% dos evangélicos o governo Lula é ruim ou péssimo, 11 pontos percentuais a mais do que a mesma avaliação entre os católicos, que fica em apenas 21% de ruim ou péssimo.
O Ipec também perguntou se o brasileiro aprova ou desaprova a maneira de governar do presidente Lula. O presidente recebe aprovação de 57% dos entrevistados, enquanto 37% desaprova e 8% não soube ou não quis responder. O índice varia pouco entre homens e mulheres, mas entre jovens de 16 a 24 anos e pessoas com ensino fundamental, a aprovação saltou para 62% e 64% respectivamente.
No recorte regional, assim como na avaliação do governo, a região Nordeste é a que dá os maiores índices positivos: 71% aprovam a maneira de governar do presidente pernambucano. As regiões Norte e Centro-Oeste também repetem a percepção do governo, 43% dos respondentes da região desaprovam a maneira de governar de Lula.
A aprovação e a desaprovação empatam entre aqueles que possuem renda familiar acima de 5 salários mínimos, 48%. Nos que possuem renda familiar de até 1 salário mínimo, 66% é o índice de aprovação de Lula. No recorte racial, brancos possuem uma percepção mais negativa do que a média geral e pretos e pardos possuem percepção mais positiva da maneira de governar do presidente, mas no recorte “outras” que o índice altera substancialmente, entre eles 71% aprovam a maneira de governar de Lula.
Evangélicos possuem uma perspectiva negativa sobre a forma de governar de Lula, 48% desaprova e 45% aprova. 62% dos católicos aprovam e 31% desaprova a maneira de governar do petista.
O Ipec ainda pediu para os entrevistados concordarem ou discordarem das seguintes frases: Lula é do povo e defende os mais pobres; Bolsonaro é do povo e defende os mais pobres; O Brasil voltou a ser respeitado no mundo; O Brasil corre o risco de virar um país comunista; Eu gostaria que o Brasil tivesse uma terceira via para evitar a polarização política no país.
61% dos entrevistados concordam em parte ou completamente que Lula é do povo e defende os mais pobres, enquanto 35% discorda totalmente ou em parte. Quando Bolsonaro vira o sujeito da frase a percepção muda. 61% discorda completamente ou em partes de que Bolsonaro seja do povo e defenda os mais pobres, 31% concorda com a frase em parte ou totalmente.
O Brasil voltou a ser respeitado no mundo para 47%, enquanto 44% discorda completamente ou em partes. O Brasil corre o risco de virar um país comunista para 44%, 48% discorda. O fantasma comunista é mais visto por evangélicos, 57% dos respondentes que são da religião acreditam que há risco do país virar comunista. A pesquisa também apontou que 57% dos entrevistados gostariam que surgisse uma terceira via.
O Ipec finalizou o questionário com uma avaliação da relação do ex-presidente Bolsonaro com o ataque à democracia brasileira ocorrida no dia 8 de janeiro do corrente ano. 51% acredita que Bolsonaro não tem culpa pelos atos que aconteceram enquanto 41% acredita que ele deve ser julgado e receber algum tipo de punição, seja prisão ou a perda dos direitos políticos.