A valorização do cargo de governador em Sergipe difere muito da valorização que os demais servidores costumam receber. Enquanto os servidores precisam lutar pela permanência dos postos de trabalhos e por justos reajustes, o governador Fábio Mitidieri (PSD) já teve os seus vencimentos reajustados 3 vezes durante seus 1 ano e 3 meses de mandato.
O primeiro reajuste se deu ainda no início de 2023, quando o salário saiu de R$ 35.462,22 para R$ 39.293,32, sendo reajustado em abril do mesmo ano para R$ 41.650,92. Com o último reajuste, de fevereiro de 2024, o salário de Fábio Mitidieri saltou para R$ 44.008,52, sendo o maior salário de governador do país e se igualando aos vencimentos recebidos pelo Presidente da República.
Os robustos reajustes não se limitam ao governador e alcançam o vice-governador, Zezinho Sobral (PSB) e os deputados estaduais, que passaram a receber, respectivamente, R$ 37.407,24 e R$ 33.006,39. Apesar de recebidos pelos atuais mandatários, a generosidade foi garantida pelo então governador Belivaldo Chagas (PODEMOS) e aprovada pela legislatura anterior na Alese. O envio do projeto de lei e a aprovação se deram após a vitória de Fábio Mitidieri, em dezembro de 2022.
Conhecido por comandar uma gestão austera com o servidor público quando governador, Belivaldo Chagas não teve a mesma postura em relação ao então correligionário Fábio Mitidieri, garantindo-lhe, até 2025, 4 reajustes no salário.
É lamentável que Sergipe ofereça aos políticos de mandato segurança de reajustes anuais em seus vencimentos e não ofertem o mesmo tratamento aos servidores públicos. Em vez de segurança, os governos de Belivaldo Chagas e Fábio Mitidieri ofertam uma mão pesada, retirando direitos e ameaçando postos de trabalhos.
O governo que quer substituir funcionários concursados por terceirizados, organizações sociais e afins é o mesmo que acha justo que o povo sergipano custeie os mais altos salários a uma casta de herdeiros no poder em Sergipe. Para o povo, Estado mínimo, para a elite, todas benesses. Vergonhoso!