Gestão de Edvaldo Nogueira em Aracaju será alvo de CPI proposta por aliados de Mitidieri e André Moura
- André Carvalho
- há 1 dia
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Após ter governado a capital sergipana por cerca de 14 anos, Edvaldo Nogueira (PDT) não construiu um robusto capital político e, após ter deixado o poder, é incapaz de encontrar no grupo político que integra terreno sólido para continuar sua vida política. Após ter sido rejeitado como secretário pelo governador Fábio Mitidieri (PSD), agora vê seu agrupamento subscrever um pedido de CPI que visa investigar o destino de R$ 135 milhões em multas de trânsito em Aracaju durante sua gestão.
O ex-prefeito da capital nunca foi um bom aliado daqueles que te deram apoio, tendo, na última eleição, conseguido o feito de ser prefeito e não eleger nenhum vereador “seu” — os dois eleitos no PDT não são considerados tão próximos. Essa, segundo André Moura (União) é a principal justificativa para rejeitá-lo e, em momento algum, se vê o governador Fábio Mitidieri fazer uma defesa elogiosa para contrapor os “ataques” proferidos por André.
O motivo para que Fábio não crie atritos com André pela defesa de Edvaldo é simples: Fábio e todo agrupamento governista concordam com André Moura.
Importante lembrar que em 2022 Edvaldo se lançou pré-candidato ao governo contra Mitidieri, desgastando por meses a campanha do grupo governista. Naquela época, por meio de uma articulação com Nitinho (PSD) e Jorginho Araujo (PSD), a Câmara Municipal aumentou as pressões sobre Edvaldo e iniciou uma cisão que perdura até os dias atuais.
Quando no poder, Edvaldo acumulava críticas pela maneira que lidava com os demais aliados e o fracasso na construção de uma candidatura para sucedê-lo é um exemplo disso. O grupo governista preferiu se dividir em 3 candidaturas a seguir a decisão monocrática de Nogueira.
Se a recusa em nomeá-lo secretário não foi suficiente para fazê-lo enxergar a realidade, o anúncio da CPI deixa claro o óbvio: Edvaldo está politicamente isolado. A prefeita Emília Corrêa (PL), com seus míseros dois vereadores, não teria musculatura para mover uma CPI sem o aval do grupo de Mitidieri. Edvaldo parece não entender que seus algozes não estão no campo adversário, mas entre aqueles que deveriam ser seus aliados, e que agora acompanham com satisfação sua queda livre no tabuleiro político sergipano. Um fim previsível para um político inábil que rifou sua ideologia para se manter no poder.