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Foto do escritorAndré Carvalho

Fábio Reis deixa mandato de lado para acomodar aliado de Fábio Mitidieri

Foto: Julio Dutra

Exercer um mandato político é algo que demanda muita responsabilidade, pois, sua função é fruto da confiança dos eleitores. Essa consciência de compromisso e respeito deve nortear toda a atuação de quem ocupa cargos públicos. No entanto, em Sergipe, parece que uma parcela significativa da classe política encara os mandatos de forma trivial, tratando-os como meras moedas de troca para acomodar interesses e acordos políticos. Um exemplo emblemático dessa prática pode ser observado no caso do deputado federal Fábio Reis (PSD).


Eleito para o terceiro mandato consecutivo em 2022, Fábio Reis se licenciou da Câmara dos Deputados em um acordo com o governador Fábio Mitidieri (PSD) para assumir a Secretaria Especial de Representação do Estado de Sergipe em Brasília. Essa manobra abriu espaço para que o vereador Nitinho Vitale (PSD), primeiro suplente do partido e insatisfeito com o espaço político que ocupava no grupo governista, assumisse temporariamente o cargo de deputado federal.


Como o próprio nome do cargo sugere, a secretaria deveria operar em Brasília, funcionando como uma estrutura de apoio para o governo sergipano na capital federal. No entanto, quem acompanha a atuação de Fábio Reis pode questionar se o escritório realmente funciona em Brasília ou, na prática, em Lagarto, cidade natal do parlamentar. Durante todo o ano de 2024, o secretário foi frequentemente visto em Lagarto, onde tem concentrado esforços para viabilizar a candidatura de seu irmão, Sérgio Reis (PSD), à prefeitura do município. Aparições do secretário em Brasília, onde deveria estar baseado, tornaram-se raras.


Na prática, a nomeação de Fábio Reis como secretário parece ter servido mais para liberar o deputado de suas funções parlamentares, permitindo-lhe dedicar-se ao projeto político de sua família em Lagarto. Fontes que acompanham a dinâmica da secretaria confirmam que, de fato, o secretário executivo, Luciano Filho, é quem conduz os trabalhos da pasta em Brasília.


Nomeado secretário em fevereiro de 2024, Fábio Reis fora exonerado no dia 30 de dezembro para voltar à Câmara, enquanto seu suplente tomava posse enquanto vereador de Aracaju. Retornou ao cargo de secretário no último dia 7, reforçando o caráter estratégico das trocas de posições.


Esse caso é importante para levantar o debate acerca da descompreensão que muitos políticos têm da coisa pública. Quando mandatos eletivos e cargos públicos estratégicos são tratados como instrumentos de projetos pessoais, a democracia se enfraquece e a população perde a confiança em seus representantes. É preciso compreender a seriedade e a responsabilidade que vêm das urnas, colocando o interesse público no centro da atuação política, como exige a essência de uma democracia forte e representativa.


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