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Enquanto governo de Sergipe se assume pró-Israel, Deputado João Daniel debate o drama palestino


Fotomontagem com base em fotografia de Gabriel Paiva.

Nesta segunda-feira, 6, a sociedade sergipana se surpreendeu com um repentino e absurdo hasteamento da bandeira de Israel no Palácio dos Despachos, sede do governo do Estado de Sergipe. O hasteamento aconteceu sem qualquer justificativa plausível ou debate com a sociedade sergipana e em meio a diversas denúncias de abusos por parte de Israel, causando o massacre de palestinos inocentes, incluindo crianças.


O histórico e doloroso conflito entre Israel e Palestina se estende ao longo das últimas décadas como um dos mais dramáticos da história global recente. A complexidade do conflito requer do mundo atenção e sensibilidade para os que ali vivem em meio ao conflito. Em Sergipe, o hasteamento acrítico da bandeira de Israel no palácio do governo demonstra que nem todos compreendem sua complexidade. Em outra frente, o deputado petista João Daniel se propõe a levantar o debate da causa palestina na Câmara dos Deputados.


O governo de Fábio Mitideri (PSD) justificou que o hasteamento, que retirou a bandeira de Aracaju e reposicionou a do Brasil para acomodar a de Israel, foi uma resposta ao pedido da embaixada de Israel. A justificativa demonstra uma equipe de governo despreparada no campo das relações internacionais e descolada dos acontecimentos globais.


Na terça-feira, 7, por iniciativa do deputado federal João Daniel, um dos representantes de Sergipe, a Câmara dos Deputados realizou audiência pública para debater o conflito entre Israel e Palestina. Nela, especialistas e entidades ligadas à causa palestina alertaram que a Faixa de Gaza vivencia um genocidio praticado por Israel com o intuito de realizar uma “limpeza étnica” e dar continuidade à campanha de anexação dos territórios palestinos.


Durante os debates, a historiadora Arlene Clemesha, USP, pontuou que atualmente, diferentemente do que tentava se passar, só há um Estado, o de Israel, que realiza uma limpeza ética há 30 anos, seja por força monetária, judicial ou ocupação por meio de invasão sob proteção do exército. O governo de extrema direita do primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está colocando em prática um projeto colonialista, ignorando saídas de paz e provocando uma expulsão do povo palestino por meio de genocídio.


Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), categorizou a situação como “o primeiro genocídio televisionado na história humana” e ressaltou que questões ideológicas ou religiosas não servem para justificar o apoio à prática de genocídio. Ualid categorizou a Faixa de Gaza como similar a um campo de concentração, pois aprisiona cidadãos palestinos no território


O sionismo também foi debatido. O jornalista Breno Altman, que descende de judeus perseguidos pelo nazismo, alertou que o sionismo práticado pela extrema direita de Israel não apenas defende que o povo judeu exista em seu próprio território, mas como defende a supremacia étnica. “Em 1948, quando fundaram o Estado de Israel, aquela região era habitada por 85% de árabes e apenas 7% de judeus. A partir desse momento o Estado étnico se tornou também colonial, adquirindo e expulsando palestinos de suas terras”, afirmou Breno.


O deputado João Daniel, se mostrou horrorizado com o que acontece com o povo palestino, ressaltando que “ninguém no planeta deveria ficar indiferente e sem assumir uma posição firme e forte contra este massacre”.


Em sintonia com a fala de João, diversas manifestações foram vistas nas redes sociais e em frente ao Palácio dos Despachos, relembrando a importância da defesa da vida dos palestinos, vítimas da política genocida vigente na guerra, e rechaçando a postura acrítica do governo que simboliza um impróprio apoio a Israel.


São duas faces para o mesmo problema. Enquanto o parlamentar sergipano na Câmara se preocupava em compreender a situação dos palestinos, em Sergipe, o governo hasteia, de forma insensível com o conflito, a bandeira de Israel, causando constrangimento ao povo sergipano no cenário nacional. Além da insensibilidade humanitária, passou ao Brasil uma imagem de amadorismo e desconhecimento de qualquer conceito diplomático.


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