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Em entrevista, Belivaldo Chagas não poupa críticas a Edvaldo Nogueira e elogios a André Moura


Foto: Arquivo pessoal de Belivaldo Chagas

Em entrevista à Rio FM nesta terça-feira, 14, o ex-governador Belivaldo Chagas (PSD) revelou conversas com André Moura (UB) sobre Aracaju e demonstrou descontentamento em relação ao prefeito da capital, Edvaldo Nogueira (PDT), preterido pelo agrupamento governista na disputa pelo governo em 2022.


Logo no início da entrevista, Belivaldo falou sobre a possibilidade de disputar a prefeitura de Aracaju, pontuou que tinha interesse de ser candidato com o intuito de “solucionar problemas”, contudo, “desistiram por ele”, em referência ao prefeito Edvaldo Nogueira que teria tido uma postura de desfeita em relação ao nome do ex-governador.


Reiterou que, quando da escolha do nome do grupo para concorrer ao governo em 2022, Belivaldo não tomou nenhuma decisão sem ouvir Edvaldo e dar oportunidade a ele de construir sua candidatura, creditando ao fato de que Edvaldo “não faz política, não gosta de política, nem gosta de políticos”. E agora, não teria recebido o mesmo tratamento.


A situação política de Edvaldo em 2022 exposta por Belivaldo, que na avaliação dele se mantém, ficou evidenciada em diversos momentos, como quando relatou que a cada dez lideranças políticas com as quais debateu apoio, procurava um para apoiar Edvaldo e não encontrava e, quando da escolha do vice-governador, Edvaldo não possuía aliados seus como possibilidade, restando o deputado Zezinho Sobral (PDT), que havia se filiado ao partido. 


Sobre o pré-caju, fez crítica às relações políticas explicitadas nos camarotes: “abraço de traíras”. Apontou que muitos que se abraçavam com risos largos o procuravam para falar “cobras e lagartos” daqueles que ladeavam nas fotos, com o único intuito de passar que está tudo bem. Para exemplificar, citou Eliane Aquino (PT) e Katarina Feitoza (PSD) que reiteradas vezes o procuraram para reclamar das atitudes de Edvaldo.


A possibilidade de racha no grupo governista foi amenizada pelo anseio que os aliados tenham “juízo”, mas acredita que a candidatura de Yandra de André (UB) é realidade, pela habilidade e interesse político do pai, André Moura. Sobre isso, recordou um encontro com André para debater a eleição em Aracaju, na qual garantiu ao pai da deputada federal que não seria mais candidato.


Se com André Moura o ex-governador conversou sobre eleição, com Katarina foi bastante diferente. Belivaldo afirmou que, no último encontro que realizou com a deputada do PSD, não deu espaço a ela para debater Aracaju, quando tentou, ele disparou “você não está autorizada a falar uma vírgula sobre Aracaju comigo, nem vai publicar nada porque eu não quero discutir Aracaju”.


Sobre a fala de Professor Bittencourt (PDT) no sentido de que Edvaldo não confiava em Katarina, Belivaldo recordou que a escolha se deu em favor da delegada por não confiar na outra alternativa. O ex-governador não citou nomes, mas a disputa pela vice se deu entre Katarina e Jorginho Araújo (PSD), aliado de Fábio Mitidieri (PSD).


O conteúdo central da entrevista de Belivaldo foi a exposição de diversas críticas a Edvaldo enquanto político e aliado. Elencou o esforço de Jackson Barreto (MDB) e o seu próprio para que Edvaldo saísse vitorioso na disputa contra Valadares Filho (PSB) em 2016, fatos minimizados nas avaliações que o próprio prefeito faz de si. 


Perguntando sobre qual nome ele escolheria para concorrer à prefeitura de Aracaju, falou que o agrupamento possui bons nomes, mas somente elencou qualidades para Yandra, categorizada como “um grande nome que está dando um show”. Elogiar em particular Yandra e jogar um elogio genérico aos demais demonstra que a conversa de André com Belivaldo foi bem proveitosa.


Sobre alianças do grupo governista com o PT, tratou como uma “fábula”, que quem quiser que acredite. Lembrando dos embates de 2020 e 2022 com o PT, se perguntou se agora estariam todos juntos. 


O que foi dito e omitido por Belivaldo demonstra um olhar positivo do ex-governador, ou pelo menos sem nenhuma crítica, para os planos políticos de André Moura, que pode ser candidato ao senado com Belivaldo Chagas na primeira suplência. Se críticas foram feitas a Katarina, Eliane e aos aliados de Evaldo, nenhuma foi vista à filha de André Moura, Yandra.


A entrevista de Belivaldo, que preside o PSD, partido do governador Fábio Mitidieri, contribui significativamente para o enfraquecimento da imagem política de Edvaldo Nogueira nas corridas eleitorais de 2024 e de 2026. A síntese de Edvaldo na perspectiva de Belivaldo é de um político focado na gestão, mas extremamente inábil na política, que não conseguirá impor um nome para lhe suceder nem manter prestígio para se eleger senador.


A entrevista na íntegra está disponível no YouTube da Rio FM.



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