Na tarde da última quinta-feira, 17, professores e apoiadores realizaram uma marcha em defesa do magistério da rede pública estadual de Sergipe. O ato contou com ampla mobilização e tinha como objetivo não apenas a valorização do magistério, mas também uma resposta aos contínuos e crescentes ataques do governador Fábio Mitidieri (PSD) à categoria.
A manifestação marcou o encerramento de uma paralisação de três dias dos trabalhadores da educação. Partindo do Parque da Sementeira em direção ao Palácio dos Despachos, os professores da rede estadual entoaram cânticos de luta, palavras de ordem e proferiram discursos que reafirmaram a importância do respeito aos profissionais da educação, ao mesmo tempo em que criticavam duramente a forma como o governo de Mitidieri tem tratado a classe.
De acordo com Roberto Silva, presidente do Sintese, sindicato que representa os professores de Sergipe, a paralisação representou uma resposta firme ao governo. Em seu discurso, Roberto destacou que, graças à mobilização, o secretário de Educação recuou em sua decisão de extinguir o triênio.
Para a professora e ex-deputada Ana Lúcia, a marcha tem um significado profundo para os trabalhadores. "Não é uma caminhada qualquer, não é só um andar, é um andar com um objetivo, que é exatamente de reconstruirmos, de reconquistarmos a nossa dignidade profissional, que está extremamente violentada pelo governo do estado. Ele não sabe qual é o papel de um professor, de uma professora, para formar crianças e jovens para o exercício da cidadania de um regime realmente democrático, um regime que tenha igualdade, um regime que tenha equidade", afirmou.
Apesar da forte mobilização dos professores, o governador Fábio Mitidieri mantém sua postura crítica e hostil em relação à categoria. Após afirmar que só via os professores protestando por dinheiro, nunca trabalhando, em entrevista à rádio Rio FM, Mitidieri sugeriu a criação de uma CPI para investigar o sindicato dos professores, acusando-o de não pagar as multas resultantes de ações judiciais movidas pelo Estado contra o direito de greve.
A postura do governador, que parece ter classificado os professores como adversários políticos, demonstra pouca disposição para o diálogo. Sua atitude intransigente e autoritária em relação aos educadores reforça a marca de um governo que, repetidamente, tem atacado os servidores públicos.