O nome de Edvaldo Nogueira (PDT) quando surge em rodas políticas é rapidamente apontado como um político inábil, mas que se mantém na política por ser um “bom gestor”. Seria essa a explicação para ele ter vencido a disputa pela prefeitura por três vezes, mas a verdade é que Edvaldo gere Aracaju como faz política.
Neste ano, Edvaldo ultrapassará 14 anos à frente da prefeitura e isso significa que não é honesto jogar as dificuldades de Aracaju nas costas de nenhum outro ex-prefeito. A primeira gestão de Edvaldo foi fruto da saída de Marcelo Déda para disputar o governo de Sergipe em 2006, tendo sido reeleito em 2008.
Em 2012, Edvaldo não conseguiu eleger seu sucessor, vencendo o ex-governador João Alves. Nogueira retorna ao comando da capital com a vitória em 2016, após uma disputa acirradíssima com Valadares Filho (Solidariedade).
Um prefeito que faz jus a fama de bom gestor não se orgulharia de ofertar um transporte público caótico e capenga como o de Aracaju. As imagens de ônibus quebrados e de passageiros se deslocando indignamente são parte do cotidiano dos aracajuanos. Além disso, são recorrentes as violações de direitos trabalhistas por parte das empresas que prestam esse serviço.
O “bom gestor” sequer realizou uma licitação para o transporte público. Ontem, o vereador Ricardo Marques (Cidadania) denunciou que a consultoria que Edvaldo contratou para planejar a licitação ganhou um aditivo, saindo de R$ 1.9 milhão para R$ 2.3 milhões.
Também ontem, a jornalista Gleice Queiroz trouxe um estudo que revela que cerca de 57% das crianças estão fora das creches. Gleice ainda apontou que o gestor, que não consegue ofertar vaga em creche, destinou R$ 40 milhões da educação para a compra de um terreno à Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb).
O “bom gestor” também não consegue garantir que a cidade conviva minimamente bem com chuvas. Qualquer água que cai do céu em direção ao solo de Aracaju alaga ruas, para o trânsito e invade casas.
As queixas em relação à gestão vão além e alcançam como trata o funcionário público e a oferta de serviços como saúde, por exemplo. Fato é que, não dá para um prefeito ser um bom gestor e, após 14 anos, não conseguir garantir coisas básicas como saúde, educação, mobilidade e segurança em relação às chuvas.