Luiz Roberto (PDT) entrou na política com a imagem de um gestor competente, capaz de resolver os problemas de Aracaju. Contudo, essa narrativa começou a ser questionada após o senador Rogério Carvalho (PT) revelar, em entrevista, que Luiz foi demitido por justa causa da Petrobras. Documentos obtidos pela Revista Realce trouxeram mais detalhes sobre o caso, lançando dúvidas sobre sua trajetória como gestor.
Segundo o relatório da Petrobras, Luiz foi desligado da estatal em 19/04/2019 por justa causa, devido a conflito de interesses, omissão e favorecimento. O Sergipense teve acesso a outro documento que investiga o envolvimento de Luiz em possíveis favorecimentos a empresas ligadas a seu irmão, Téo Santana, enquanto ocupava o cargo de gerente de comunicação e segurança de informações da Unidade de Negócio da Petrobras em Sergipe e Alagoas (UN-SEAL).
O documento aponta diversas irregularidades, como a concessão de patrocínios sem prestação de contas à FUNCAJU em 2013 e a liberação de verbas para empresas relacionadas a Téo. Um dos episódios investigados envolve o patrocínio ao evento Forró no Arraiá em 2014, onde há indícios de que Luiz teria se beneficiado pessoalmente das negociações.
A investigação revela trocas de e-mails entre Luiz e seu irmão, em que aparece o pagamento de 120 mil reais, identificado pela sigla “LR”. Em um desses e-mails, Luiz teria respondido: "preciso dos 120 livres", reforçando a interpretação do relatório de que “LR” se refere a Luiz Roberto. No mesmo dia, o patrocínio de R$ 450 mil foi pago à empresa Fama, beneficiada pelas negociações. O COAF também identificou transações financeiras suspeitas em empresas ligadas a Téo, sugerindo uma gestão centralizada e possível interligação entre as empresas do "time" de Téo.
O relatório conclui que Luiz Roberto violou o Código de Ética da Petrobras e os princípios fundamentais da administração pública, como a impessoalidade, moralidade e legalidade. Esses fatos ainda podem passar por análises complementares de órgãos competentes.
Em sua defesa, Luiz atribuiu as denúncias a perseguição política, mencionando o governo Temer (MDB) e sua candidatura como motivadores da exposição do caso. Além disso, afirmou que o Ministério Público de Sergipe acolheu sua tese de defesa de que não houve dolo, embora não tenha apresentado detalhes, alegando que o caso está sob trâmite judicial.
Além disso, o irmão de Luiz, Téo Santana, foi investigado por supostas fraudes em licitações e desvio de recursos relacionados ao Hospital de Campanha da Prefeitura de Aracaju durante a pandemia de covid-19. Embora todos os envolvidos tenham direito à ampla defesa, a demissão por justa causa da Petrobras e as demais suspeitas lançam sérias dúvidas sobre a imagem de Luiz como gestor competente, o que pode afastar ainda mais eleitores de sua candidatura.