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Foto do escritorAndré Carvalho

Danielle Garcia, fenômeno eleitoral golpeado por suas próprias contradições

Foto: assessoria

O lavajatismo, movimento político de direita que utilizou o Estado para perseguir adversários e alavancar candidatos, ajudou na eleição de Jair Bolsonaro (PL) e de figuras como Sérgio Moro (União) e Deltan Dallagnol (NOVO). Além disso, projetou nomes afins, como Danielle Garcia (MDB).


Em Sergipe, o lavajatismo e operações locais favoreceram a eleição do senador Alessandro Vieira (MDB) em 2018 e impulsionaram a carreira política de Danielle Garcia, que, antes de disputar eleições, atuou no Ministério da Justiça do governo Bolsonaro ao lado de Moro em 2019.


Com a vitória de Vieira, surgiu um clima de renovação à direita no estado, levando à candidatura de Danielle à prefeitura em 2020 pelo Cidadania. Apesar do discurso de moralidade e renovação, sua chapa teve o apoio de figuras que não necessariamente refletiam esses valores, como Eduardo Amorim (PSDB) e Valadares Filho (SDD).


Danielle teve boa votação, mas não venceu, e o mesmo ocorreu na disputa ao Senado em 2022 pelo Podemos. Após a derrota, uniu-se ao grupo governista que antes combatia e, com a vitória desse grupo, assumiu uma secretaria, abandonando a postura que a havia destacado eleitoralmente.


Essa incoerência gerou decepção no eleitorado. Mesmo com uma campanha de quase R$ 4 milhões, amargou o 5º lugar na eleição para prefeitura, com apenas 16.769 votos — distante dos 56 mil obtidos em 2020 para o mesmo cargo. Sua trajetória, antes marcada pela oposição e combate à corrupção, perdeu força na inconsistência, prejudicando suas chances em 2026.


A delegada que antes denunciava relações suspeitas entre empresas e políticos recebeu doação de R$ 120 mil do dono da Celi. Além disso, compartilha partido e grupo com um secretário acusado de violência doméstica e não mais se pronuncia sobre as contradições da política porque caminha lado a lado dos contraditórios, o que enfraquece ainda mais seu discurso.


Para quem não faz política no sobrenome familiar, ao perder a coerência política perde, também, o respaldo eleitoral. Foi o que vimos nos últimos anos com políticos de esquerda e de direita em Sergipe e, ao que parece, é o que ocorrera com Danielle, vítima de suas próprias contradições. 


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