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Foto do escritorAndré Carvalho

Com eleição difícil, oposição de esquerda precisa priorizar disputa à Câmara de Aracaju


Foto: Gilton Rosas

Os debates eleitorais da capital sergipana têm se concentrado nos nomes que concorrerão ao Executivo municipal, deixando um pouco de lado a questão do Legislativo. Apesar de compreensível, dado o tamanho do poder político da prefeitura de Aracaju, é fundamental, principalmente para a oposição, priorizar a eleição de vereadores de qualidade para a cidade.


O cenário para o Executivo de Aracaju neste ano é completamente incerto, com a possibilidade real de grande pulverização. Com isso, pois apenas 2 candidatos irão para o segundo turno, teremos muitos projetos fracassados no primeiro turno. Caso esses projetos percam a eleição para o Executivo e não consigam eleger quadros de qualidade ao Legislativo, como conseguirão manter relevância?


Na eleição de 2022, sem surpresa alguma, os partidos que compunham a coligação governista elegeram 62,5% (15) dos deputados estaduais, tendo seu candidato ao governo obtido, considerando os votos de Valmir de Francisquinho (PL), cerca de 24% dos votos do primeiro turno. A coligação governista foi eficaz em garantir a sobrevivência do seu projeto, sem depender da vitória ao Executivo, O vitorioso teria que governar com o DNA do antigo governo.


Hoje, a oposição encontra dificuldade de fazer frente ao projeto de Fábio Mitidieri (PSD) por não ter tamanho satisfatório na Alese, o mesmo pode ocorrer na Câmara de Aracaju em 2025. Pensando na oposição de esquerda, que encontra um cenário muito dificultoso para todos os nomes dispostos a concorrer à prefeitura, perder o Executivo e não conseguir tamanho satisfatório no Legislativo afeta fortemente todo o projeto de poder a médio prazo.


Parte do PSOL parece compreender a importância do Legislativo, descartando a possibilidade dos professores Iran Barbosa e Sônia Meire, principais puxadores de votos do partido, se aventurarem ao Executivo. Tendo o desafio de agregar quadros de médio porte que, juntos, alcancem até 3 cadeiras na Câmara.


A federação PT-PCdoB-PV, por sua vez, parece não compreender a importância do Legislativo. Até o momento, a federação não avançou no nome que irá representar o projeto petista ao Executivo, escanteando o debate ao Legislativo e não apresentando possíveis puxadores de votos.


É fundamental que a oposição, principalmente de esquerda, não aposte tudo numa missão extremamente arriscada ao Executivo e perca de vista a importância que os vereadores possuem para a manutenção de um projeto a longo prazo. É necessário, também, que os nomes nas urnas representem a plataforma ideológica dos partidos, evitando constrangimentos como alguns que hoje se vê na Alese.


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