Na última terça-feira, 1º de outubro, candidatos à prefeitura de Aracaju foram convidados a assinar uma carta compromisso com o povo de terreiro, visando estabelecer compromissos concretos para atender às demandas dessa comunidade historicamente negligenciada. No entanto, algumas candidaturas optaram por boicotar o evento.
Realizado no Abassá de São Jorge, o encontro teve como objetivo garantir que as religiões de matriz africana recebam o apoio e a atenção que outras expressões religiosas já possuem na capital. A carta compromisso propôs medidas que vão desde aspectos burocráticos para o funcionamento dos terreiros até a preservação do patrimônio cultural e a criação de políticas públicas voltadas para saúde e educação.
Assinaram as candidatas à prefeita Candisse Carvalho (PT) e Niully Campos (PSOL), acompanhadas dos seus vices, respectivamente Rosângela Santana (PT) e Alexis Pedrão (PSOL). Fabiano Oliveira (PP), vice na chapa de Luiz Roberto (PDT), e Professor Ayslan (MDB), vice de Danielle Garcia (MDB), também compareceram, representando suas chapas.
Entretanto, as candidatas Yandra de André (União) e Emília Corrêa (PL) não participaram do evento e sequer enviaram representantes. A ausência das chapas, que têm maior alinhamento com a direita, levanta questionamentos sobre o compromisso dessas candidaturas com a causa dos povos de terreiro.
A carta compromisso inclui ações como a imunidade tributária para os terreiros, a preservação do patrimônio cultural, a regularização ambiental dos templos, o mapeamento dos terreiros de Aracaju, além da criação do Conselho Municipal de Povos e Comunidades Tradicionais e do Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa. Também há propostas para a criação de planos específicos voltados para saúde e educação, e a instituição de uma Secretaria de Igualdade Racial ou uma diretoria específica na Secretaria de Defesa Social e Cidadania.
A assinatura da carta por algumas candidaturas demonstra um compromisso com os direitos e a inclusão dos povos de terreiro, enquanto a ausência de outras levanta dúvidas sobre o real comprometimento com essas pautas. O evento foi um marco na luta por igualdade e respeito à diversidade religiosa e se espera que as propostas elencadas se tornem realidade na vida dos aracajuanos.
