
Conhecido em Sergipe como um político de mediana competitividade eleitoral, Márcio Macêdo (PT) ascendeu ao ministério do terceiro governo Lula (PT) após sua atuação enquanto tesoureiro do PT. Frustrando as expectativas, o ministro não conseguiu ajudar o governo na relação com os movimentos sociais e sequer aumentou seu capital político em Sergipe — sendo citado em todas as análises como nome a cair numa reforma ministerial.
Márcio Macêdo assume o primeiro cargo político relevante na gestão municipal do PT em Aracaju no ano de 2002, enquanto secretário de participação popular. Deixa o cargo para assumir a Superintendência do IBAMA em Sergipe em 2003 e em 2007 assume a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Deixa o cargo em 2010 e, com o apoio do então governador, vence a eleição para deputado federal. Entretanto, o político não se mostrou habilidoso no mandato e perde a reeleição em 2014, saindo de 58.782 votos para 40.814 votos.
Anos após, e mais experiente, era esperado que com sua entrada na Secretaria-Geral da Presidência, uma pasta dentro do Palácio do Planalto, Márcio conseguisse finalmente aumentar seu capital político e se tornar competitivo em Sergipe, porém, a inabilidade política o fez realizar o oposto.
Transformando a Secretária-Geral da Presidência numa espécie de embaixada do governo Mitidieri (PSD) em Brasília, o petista parece ter dado menos importância à função que o presidente lhe confiou. A desenvoltura de Márcio rendeu-lhe críticas públicas do presidente e pôde ser vista, também, na opinião pública.
Na última pesquisa AtlasIntel, encomendada pela CNN, sobre o desempenho dos ministros, dos 13 ministros do PT avaliados, Márcio aparece como o vice-líder em rejeição, perdendo somente para Cida Gonçalves (PT) — acusada de assédio moral. Márcio é rejeitado por 50% dos entrevistados e somente 23% avaliaram o desempenho do petista como ótimo ou bom. Em comparação, a ministra do PT melhor avaliada foi Macaé Evaristo (PT), com 54% de ótimo ou bom e apenas 33% de ruim ou péssimo. A mesma pesquisa aponta que 70% dos entrevistados apoiam uma reforma ministerial.
É importante ressaltar que se Márcio não ajudou o governo Lula, ele prejudicou fortemente a esquerda em Sergipe ao se aliar ao governo neoliberal de Mitidieri. Não apoiou os movimentos sociais, sindicatos, grupos sociais, e partidos que combatiam a agenda do governo estadual e, pelo contrário, ajudou a fragilizar o campo. Ao fim, Márcio também não se ajudou.
Independentemente de quando sairá do cargo, sairá tão pequeno quanto entrou, não se mostrando capaz de ser vanguarda de coisa alguma e, também, incapaz de entender a história dos líderes que diz admirar. Pelo comportamento que assumiu quando fora “elevado de patamar pelo cargo”, se mostrou mero auxiliar dos vencedores, levando a pensar que defenderia que o PT apoiasse o governo do PSDB em 1995 e, em vez de lançar candidato ao governo de Sergipe em 2006, apoiasse o governo do Democratas.