top of page
  • Instagram
  • Twitter
  • Foto do escritorAndré Carvalho

Atitude de líder do governo demonstra uma face apequenada de nossa política


Deputado Cristiano Cavalcante
Foto: Joel Luiz

No último domingo, 7 de maio, circulou pelas redes sociais um vídeo no qual o deputado estadual Cristiano Cavalcante, UB, jogava dinheiro no ar para que a população disputasse por ele, seja no ar ou no chão.


O deputado é líder do governo de Fábio Mitidieri, PSD, na Alese. É ele quem articula aquilo que é do interesse do governador e muitas vezes negocia em nome do governador, como ocorreu recentemente em relação à questão do reajuste do magistério. Apesar de estar no primeiro mandato, o parlamentar tem chamado atenção pela ascendência em relação a base e pela forma impositiva como se direciona à oposição.


A atitude vexatória protagonizada por Cristiano ocorreu em Ilha das Flores, cidade em que comandou o Executivo por dois mandatos, após o parlamentar participar de um evento na Cooperativa Agropecuária de Ilha das Flores (Cooperflores). No evento, denominado de Festa do Trabalhador, a cooperativa celebrava seu recorde na produção de arroz.


Ao sair do evento, foi rodeado por populares que chamavam por seu nome e numa atitude que expõe uma caricatura de uma prática comum dentre muitos políticos, jogou dinheiro ao alto para que pessoas disputassem. No vídeo, é possível ver que ao disputar as notas jogadas pelo líder do governo, adultos e crianças acabaram no chão, uma cena que expõe de forma vexatória cidadãos daquela cidade.



Em nota, Cristiano afirma que ao ser abordado por pedidos de ajuda para compra de ítens de consumo, jogou o dinheiro em tom “jocoso”, sem intenção de humilhar. Mas, nos coloquemos no lugar de qualquer pessoa, é digno que joguem dinheiro para alguém pegar no chão, principalmente em situação de vulnerabilidade socioeconômica? O parlamentar se sentiria bem caso fosse o contrário?


A atitude vista no vídeo vem carregada de uma prática política que não possui base sólida nos bons princípios republicanos e morais. Ela traz um histórico de uma cultura política na qual prefeitos enfileiram cidadãos num dia específico da semana para que ganhem cestas básicas e outros auxílios, mesmo que esses sejam pagos pelo Poder Executivo local e que tenhamos formas mais dignas de atender a população.


Por mais que alguns coloquem peso igual em quem pede e quem age de forma a expor pessoas em situações vexatórias, não me sinto confortável em igualar. Aqueles que pouco têm, muitas vezes não estão em condição de ir de encontro a essa cultura, que teve no evento de Cristiano uma caricatura mas possui na sociedade uma raiz profunda.


É lamentável o episódio, mas que sirva de reflexão para agentes políticos e, até mesmo, para influencers. Não é porque alguém está numa situação social de menor privilégio que é permitido que sejam exercidas atitudes que não desejam para si.



Íntegra da nota do deputado Cristiano Cavalcante:


“É importante conhecer os fatos para não distorcê-los.


No último sábado, estive em Ilha das Flores para acompanhar um evento alusivo às comemorações do dia do trabalhador.


Em primeiro lugar, não tive o objetivo, em momento algum, de colocar quaisquer cidadão em condição vexatória, muito pelo contrário: comemoramos juntos avanços importantes para a rizicultura no município, que registrou um novo recorde de produção, gerando dezenas de empregos diretos no município.


Ao tentar ir embora, algumas pessoas me procuraram pedindo uma contribuição para que pudessem comprar itens de consumo para a festa que aconteceria após o evento, o qual prontamente fiz, em clima jocoso, como é perceptível entre os que estavam participando. Não tendo a intenção de humilhar qualquer pessoa ali presente, pelo contrário, estávamos todos nos divertindo juntos.


Por fim, acredito que nossa história em Ilha das Flores comprova o respeito que cultivei pela população.”


Cristiano Cavalcante

Deputado Estadual


0 comentário
bottom of page