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Após exclusão de religiões afro-brasileiras do aniversário de Aracaju, acordo garante celebração do Dia Mundial da África

Foto: CUT/SE

O aniversário de Aracaju foi maculado pela deliberada exclusão por parte da gestão de Edvaldo Nogueira (PDT) das religiões afro-brasileiras das comemorações, que incluíram shows e celebrações cristãs — católica e evangélica. A exclusão foi abordada pelo Sergipense e revoltou quem defende uma Aracaju democrática. Após 2 meses, prefeitura realiza a celebração do Dia Mundial da África para tentar reduzir o prejuízo social.


Em 2023, o Sergipense denunciou a opção da prefeitura de Aracaju em excluir as religiões afro-brasileiras do aniversário da capital, mesmo garantindo às religiões católica e evangélica shows e espaço institucional privilegiado nas comemorações. Apesar da repercussão, a gestão de Edvaldo optou por excluir novamente em 2024, ignorando a Lei Municipal nº 5.873/2024, que garante espaço às religiões afro, e o esforço do líder do seu governo, vereador Bittencourt (PDT), que disponibilizou emenda.


Mesmo com o desgaste cotidiano de Bittencourt na Câmara defendendo a gestão de Edvaldo, foi necessária a atuação do Ministério Público de Sergipe (MPSE) e do Ministério Público Federal (MPF) para que a emenda se concretizasse. Através dos Ministérios Públicos foi realizado um acordo com a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) e com representantes das religiões afro-brasileiras visando, mesmo que minimamente, dirimir os prejuízos derivados da exclusão.


O aniversário da cidade é um espaço político de grande importância, incluir umas e excluir outras religiões demonstra a sobrevivência por séculos do racismo religioso neste país. É evidente que a realização de uma celebração à parte não traz a justiça, entretanto, compensa minimamente os danos sociais causados.


Um detalhe que forma uma caricatura do prejuízo é a divulgação por parte da prefeitura. Diferentemente do que ocorreu quando do aniversário, não houve sequer um post no Instagram da prefeitura, ficando restrito à página da Funcaju. Estampando a frase “Com racismo religioso e sem reparação, não há abolição” a programação foi divulgada de forma tímida.


A abertura se deu na última quinta-feira, 23, com o espetáculo Sankofa. No sábado, 25, será realizado o evento musical na Orla de Atalaia com diversas atrações que se apresentarão entre às 17h e às 2h da manhã de domingo. As celebrações se encerrarão no dia 31, com a Alvorada dos Ojás, adornando árvores em pontos da cidade para chamar atenção para a presença dos diversos segmentos afro-religiosos na sociedade aracajuana.

O próximo aniversário de Aracaju não mais será organizado pela gestão de Edvaldo Nogueira, que encerrará neste ano, e que também não seja maculado novamente pela exclusão cultural, política e institucional das religiões afro-brasileiras. A sociedade e os Ministérios Público Federal e de Sergipe deram uma importante contribuição para isso, demarcando que Aracaju não pode ser terreno para racismo religioso. O recado que fica é que para toda injustiça, haverá luta como resposta.



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