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  • Foto do escritorAndré Carvalho

Ao lado do trabalhador, nenhum governista


Foto plenário da Alese
Foto: Jadilson Simões

No mês do trabalho, Fábio Mitidieri, PSD, anunciou um reajuste aos servidores, o que aparentava ser uma ótima notícia. O momento de esperança foi afogado por um reajuste abaixo da inflação acumulada no último ano e por uma postura intransigente por parte do governo.


Para frear as ações impositivas de um governo é que existe um parlamento eleito independente, todavia, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe parece não ter interesse em explorar a grandeza da função que o povo sergipano concedeu a cada um dos 24 parlamentares que lá estão. Com exceção da oposição, a base governista só rompe o silêncio para dizer “sua vontade é lei, governador”.


Para quem acompanha o legislativo esperando um grande debate será frustrado por um jogo de cartas marcadas. Os deputados Georgeo Passos, Cidadania, Linda Brasil, PSOL, Marcos Oliveira, PL, e Paulo Jr., PV, até tentam argumentar, debater os projetos, questionar o governo, mas as respostas são poucas e muitas vezes numa tentativa de desqualificar a oposição.


Nos debates, o deputado Marcos Oliveira defendeu que professores e policiais, que possuem carreiras próprias, tenham um reajuste que atenda as necessidades das categorias, não precisando se limitar ao reajuste geral de 2,5%. É algo justo, digno do tempo do parlamento e da compreensão do governo, mas há uma indisposição em pensar além do que foi intenção do governo.


Paulo Jr. tentou lembrar aos pares que os governos anteriores destruíram a carreira do magistério estadual, inclusive incorporando a regência de classe aos vencimentos, para maquiar um reajuste para mais do que realmente foi, e colocando um abono temporário no lugar. É um argumento válido, mas o governo Fábio Mitidieri não quer refletir sobre, os deputados que o sustentam também não.


Fechando os ouvidos ao que é válido e justo, o líder do governo, dep. Cristiano Cavalcante, UB, desqualifica quem tenta melhorar a vida do servidor com o rasteiro discurso de que a oposição torce contra Sergipe. Mas o que seria torcer a favor? Abaixar a cabeça para o governador? Dar as costas às demandas do povo? Há uma confusão entre o que é vontade do governador e o que é o bem de Sergipe, nem sempre os dois são sinônimos.


O caso da vez é o do reajuste, mas já foi a criação de uma agência com tendências entreguistas daquilo que é público, já foi uma carta em branco para o governo entregar o que quiser, inclusive a água do povo, ao setor privado sem precisar consultar os deputados estaduais. Não importa o que seja, não importa nenhuma observação da oposição, o parlamento governista se calará e fará o governador feliz, sem necessariamente o povo ficar contente.


Os governistas são maioria no parlamento, mas minoria na tribuna. Talvez seja o constrangimento de não poder falar algo que seja mal recebido pelo governador, talvez por consciência de que não tem argumentos relevantes. Os deputados governistas parecem só querer ocupar a tribuna quando não tem em pauta os projetos de interesse do governador, mas que são polêmicos para a população.


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