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Alessandro Vieira deixou o PSDB endividado, sem sede e sem móveis, afirmam militantes


Senador Alessandro Vieira
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Filiados do PSDB apontam descontentamento com o cenário deixado pelo senador Alessandro Vieira (MDB) após sua saída da sigla. Segundo os tucanos com os quais o Sergipense conversou, Alessandro pegou o partido organizado e o deixou endividado e sem sede.


Em março de 2022, o senador Alessandro Vieira surpreendeu o tucanato sergipano ao anunciar em São Paulo, ao lado de João Dória (PSDB), que estava deixando o Cidadania e se filiando ao PSDB, comandando o partido em Sergipe. À época, o PSDB estava sob o comando de Eduardo Amorim, que migrou para o PL.


Extratos bancários e as relações de bens patrimoniais e de equipamentos do partido demonstram o cenário deixado por Amorim. O antecessor de Alessandro deixou o partido bem equipado, o PSDB mulher com saldo de R$42 mil e a conta geral do partido com saldo de R$89 mil. O partido possuía filmadora, drone, ares-condicionados, uma vasta mobília para receber os filiados, tudo catalogado, entretanto, ao deixar o PSDB, Alessandro Vieira não teria entregue o relatório de bens e estaria fazendo uso deles.


A sede do partido, na rua Frei Paulo, nº 444, foi entregue por Eduardo Amorim a Alessandro Vieira, que transformou em seu escritório de apoio no mês de fevereiro, deixando o partido sem sede. Em sua conta no twitter, a jornalista Gleice Queiroz publicou uma sequência de registros fotográficos que deixam claro que a mesma mobília que o PSDB possuía quando Alessandro assumiu o comando do partido é a que ele usa atualmente, após ter deixado o partido. O post da jornalista corrobora as queixas dos tucanos.

Ressaltando que o PSDB fazia repasses mensais ao diretório estadual acima de R$56 mil, os tucanos sergipanos lamentam que, após a passagem de Vieira pelo partido, além de a sigla ficar sem sede e móveis, ficou com dívidas e politicamente enfraquecido. Um dos motivos seria o alto custo de campanha de Alessandro.


Alessandro declarou ter gasto durante sua campanha ao governo no ano passado o montante de R$6.415.680,09, tendo arrecadado, segundo o sistema Divulgacand, R$5.359.813,54. Nesse cenário, a dívida de campanha de Alessandro seria de aproximadamente R$1 milhão.


O alto valor da campanha, que em nenhum momento demonstrou competitividade, impossibilitou que o partido investisse em candidatos ao Legislativo. A curta passagem do senador pelo PSDB não serviu para o crescimento partidário, apenas para que Alessandro viabilizasse sua candidatura ao governo. O partido aportou R$5.233.000,00 na campanha ao governo do então tucano, não tendo eleito um deputado estadual sequer, amargando uma votação risível.


Além do estrago que fez durante sua temporada tucana, Alessandro estaria tentando manter controle sobre o partido através da influência que mantém sobre a federação PSDB/CIDADANIA. Parte significativa do Cidadania, apesar de não acompanhar as mudanças partidárias do Senador, seguem seus passos políticos.


O senador estaria atuando no sentido de tensionar para que o Cidadania, que ocupa cargos no governo de Fábio Mitidieri (PSD), não lance candidatura ao Executivo da capital sergipana e colabore com o projeto do agrupamento governista.


Procurado pelo Sergipense, o senador respondeu, através de assessoria, que “não existem problemas financeiros no PSDB, além das dificuldades naturalmente causadas pela grande redução do fundo partidário, consequência da redução da bancada federal”.


O senador atribui o motivo pelo qual transformou a sede do partido no escritório do seu mandato à redução do fundo partidário. Sobre os móveis, afirmou que estão preservados e cuidados, “à disposição do partido com o acordo mútuo de manutenção”, afirmando ainda ter uma relação tranquila com o novo diretório estadual.


Questionado sobre ter deixado dívida e qual o valor exato dela, se limitou a dizer que “toda a prestação de contas foi feita, encaminhada para o TRE e teve a anuência da nacional”.


Em relação à queixa de interferência política na federação PSDB/Cidadania, limitou-se a falar que “a atuação da federação PSDB/Cidadania segue seu regulamento próprio, devidamente registrado no TSE e de conhecimento público”.


O impacto do senador Alessandro Vieira no PSDB persiste após sua desfiliação. Além do empobrecimento material do partido, é perceptível um empobrecimento político da sigla, que se tornou coadjuvante na federação com o Cidadania e ausente nos principais espaços de poder de Sergipe.






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