Nas eleições deste ano em Aracaju, o bolsonarismo estará presente em mais de uma candidatura, representando grandes riscos a longo prazo para o desenvolvimento social da capital e do estado. Emília Correa (PL) sai na frente na associação com Jair Bolsonaro (PL), entretanto, as pré-candidaturas do grupo de Fábio Mitidieri (PSD) apresentam ao menos 3 nomes fortemente ligados ao bolsonarismo: Yandra de André (União), Danielle Garcia (MDB) e Fabiano Oliveira (PP).
Por ter se filiado ao PL, partido de Bolsonaro, Emília Correa tem sido apontada como “a pré-candidata bolsonarista” em Aracaju, entretanto, Emília é uma das pré-candidaturas bolsonaristas em na capital de Sergipe, porém, não a única. Pela associação direta de Emília com Bolsonaro, através do partido, os demais nomes bolsonaristas atuam no sentido para repetir o que fizeram em 2022: esconder a face bolsonarista para conquistar votos.
Na eleição passada, nomes como Yandra de André e Cristiano Cavalcante, do União Brasil, esconderam suas preferências por Bolsonaro no primeiro turno, declarando abertamente o voto em Jair Bolsonaro no segundo turno, quando já tinham conquistado seus mandatos e não precisavam dos votos dos eleitores de Lula. Yandra de André foi anunciada como “representante feminina da campanha de Jair Bolsonaro em Sergipe” durante evento no segundo de 2022, ao lado de Michele Bolsonaro (PL).
No evento de Michele Bolsonaro, estavam presentes outros nomes fortemente ligados ao bolsonarismo, como o senador Laércio Oliveira e o vereador Fabiano Oliveira, ambos do PP. Laércio nunca escondeu o seu viés bolsonarista, mas foi discreto no primeiro turno e se dedicando a eleição de Bolsonaro no segundo turno, sendo um dos maiores patrocinadores do bolsonarismo em Sergipe nos últimos anos. Naquela ocasião, Fabiano reforçou seu compromisso com as políticas de Jair Bolsonaro e com sua reeleição.
Danielle Garcia, outro nome disposto a concorrer à prefeitura, sempre sinalizou sua preferência por Jair Bolsonaro. Sua trajetória e entrevistas reforçavam seu compromisso com o projeto de extrema-direita do ex-presidente e sua antipatia a um projeto de desenvolvimento social como o representado por Lula (PT). Danielle chegou a participar do governo Bolsonaro ao lado do ex-ministro Sérgio Moro (União).
Portanto, não há apenas uma pré-candidatura alinhada ao bolsonarismo que os campos de esquerda e progressista precisam enfrentar, mas todo um conjunto de pré-candidatos. Emília representa um conjunto de ideais na contramão do que a esquerda representa, mas isso não pode servir para esconder que Yandra, Fabiano e Danielle representam esse mesmo perigo.